Ministério Jovem - Ontem e Hoje

Esta recapitulação da história e do desenvolvimento do ministério jovem na Igreja Adventista do Sétimo Dia revela, de maneira clara, um padrão coerente de orientação divina. Estabelece também os firmes objetivos e as funções básicas que guiaram a igreja no desenvolvimento desse ministério entre seus jovens. No final da década de 1920, este ministério era forte. Seus fundamentos haviam sido firme e sistematicamente colocados. Eram planejados e executados programas e atividades resultantes das funções específicas. Vamos resumir o que se conseguiu realizar.

1. A Igreja respondeu aos apelos dos Testemunhos no sentido de aceitar sua responsabilidade bíblica para com os jovens.
2. Estabeleceu-se uma forma simples mas funcional de organização para os jovens.
3. O alvo dessa organização era oferecer um ministério que se concentrasse na salvação dos jovens, desafiando e preparando-os para o serviço.
4. Pequenos grupos de jovens "que realmente amavam a Jesus" foram formados nas igrejas. Esses grupos reuniam-se para
orar e foram organizados para o serviço.
5. A reunião desses grupos nas igrejas criou a sociedade jovem. Essa organização da juventude em todas as igrejas constituiu-se no veículo para alcançar os jovens.
6. A administração da igreja, juntamente com os líderes dos jovens, mediante fervoroso estudo da Bíblia e do Espírito de Profecia, pôde identificar as funções básicas deste ministério.
7. A administração da igreja, para apoiar e fortalecer o novo ministério, criou um departamento separado para a juventude, oferecendo uma estrutura para organizar, capacitar, motivar e abastecer essas sociedades e seus líderes.
8. As sociedades de jovens instituíram uma abordagem tríplice, dando ênfase em sua programação ao aspecto devocional, educacional e missionário.
9. A administração apoiou plenamente o novo departamento. Outras áreas da igreja também aceitaram o novo departamento como um ministério conjunto e colaboraram para o cumprimento da missão da igreja.
10. Surgiram rapidamente programas e atividades para os jovens, desenvolvendo-lhes a espiritualidade e ligando-os à igreja e sua missão. Educaram e prepararam os jovens para o serviço, oferecendo-lhes oportunidades de utilizar os talentos na tarefa comum de "terminar a obra" em sua geração. Ao fazê-lo, fortaleceram a igreja.

Mas agora tudo isso é história. Esses eventos ocorreram há quase um século. A história, interessante como possa ser, continua sendo história. Somente será importante se virmos nela as reveladas evidências de orientação divina. Ignorar ou esquecer esses princípios registrados em nossa história colocará em risco o sucesso e o rumo deste ministério em favor dos jovens. Conhecendo o brilhante e firme começo do ministério jovem na igreja, examinemos agora a condição da juventude e de seu ministério na igreja de hoje, para ver se estamos seguindo esses princípios e aprendendo das lições do passado.

Foi após o fim da Segunda Guerra Mundial que se observou uma mudança significativa no funcionamento do ministério jovem. Nas décadas de 1950 e 1960, essa mudança começou a afetar a qualidade do ministério oferecido aos jovens pela igreja. Vozes isoladas que se erguiam para questionar as tendências evidentes no ministério jovem eram passadas por alto, ou pelo menos não eram consideradas como sérias o suficiente para causar preocupação.

Na década de 1980, entretanto, tornara-se óbvio para a juventude, líderes e leigos que a qualidade do ministério jovem na igreja se havia deteriorado. Essa mudança de ênfase e atitude havia sido sutil, mas complexa. A administração ainda não parecia atenta e sensível ao sinal de alarme que começava a soar entre os membros. Muitos, entretanto, prestaram atenção e se preocuparam. Como resultado, algumas divisões realizaram pesquisas aprofundadas sobre a condição dos jovens e de seu ministério na igreja.

Entre elas, destacam-se as realizadas na Divisão Norte-Americana em 1990, na Divisão do Sul do Pacífico em 1991-92 e a pesquisa realizada em todas as Divisões pelo Departamento dos Ministérios da Igreja da Associação Geral em 1990. Os resultados preliminares desses estudos bem documentados sacudiram a igreja toda, ao revelar-se um quadro claro da condição dos jovens e seu ministério.

Essas pesquisas foram decisivas para aumentar o nível de conscientização entre membros e administração da igreja e, em parte, motivaram o voto da reunião da Associação Geral na primavera de 1990, estabelecendo uma Comissão para estudar a questão jovem. Essa comissão deu origem a subcomissões apontadas em cada Divisão para estudar a condição e as necessidades particulares daquela Divisão. A Comissão devia completar seu trabalho em tempo de apresentar o relatório completo para o Concílio Anual da Associação Geral de 1993. Durante esse período, os resultados das pesquisas feitas nas Divisões estavam sendo analisados, e avaliado o impacto de suas revelações. Aquilo que elas revelavam era muito perturbador.

A pesquisa realizada na Divisão Norte-Americana forneceu uma enorme quantidade de subsídios para a igreja, por ter obtido resposta de aproximadamente 20.000 pessoas, representando uma das maiores pesquisas de qualquer denominação nos Estados Unidos. Essa pesquisa ainda não chegou a ser completamente analisada e entendida. As informações advindas da pesquisa dos Ministérios da Igreja da AG, embora de escopo diferente, também perguntava acerca da vida espiritual dos jovens e suas atitudes para com a igreja.

Os dados das pesquisas da Associação Geral e da Divisão Norte-Americana refletem vários paralelos que indicam uma tendência mundial relativa ao ministério jovem.

A pesquisa na Divisão do Sul do Pacífico e outra entre os jovens da Divisão do Extremo Oriente trouxeram dados a respeito de quase 50.000 indivíduos.

Muitas áreas da pesquisa confirmam-se mutuamente. Uma coisa é certa: todas as atuais pesquisas entre jovens e adultos jovens adventistas revelam que a juventude da igreja enfrenta certos problemas e a qualidade do ministério em seu favor está sendo questionada. A preocupação quanto ao ministério jovem reveste-se de especial urgência nestes significativos dias da história mundial.

De 1990 a 1993, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, como um todo, começou a concentrar-se na juventude da igreja e no ministério em seu favor, num esforço por compreender e ajudar sua vida espiritual e envolvê-los mais uma vez na vida da congregação e na missão da igreja.

As pesquisas traçaram o perfil de uma igreja cujo ministério entre os jovens não estava atingindo seus objetivos ou cumprindo suas funções com algum grau significativo de sucesso. Os estudos revelaram que estamos perdendo quase a metade de nossos jovens, e que aqueles que permanecem na igreja deixam muito a desejar quanto à lealdade para com a denominação e o desenvolvimento de sua fé. A pesquisa revelou, entretanto, que nos casos em que o ministério jovem funcionava de acordo com seus objetivos definidos, os resultados refletiam um nível mais alto de lealdade e fé, bem como uma diminuição do comportamento de risco refletido por seu estilo de vida. Essa notícia era encorajadora, mas foi temperada pelo relatório da comissão da pesquisa mundial feita pela AG e apresentada por ocasião do Concílio Anual de 1993. Essa pesquisa revelou que o número de jovens ligados a uma organização da juventude ou ao ministério jovem em nível de igreja local variava entre 8 por cento em uma Divisão e 38 por cento em outra Divisão. Em âmbito mundial, apenas 21 por cento dos jovens das divisões envolviam-se num ministério regular oferecido pela igreja local. Essa foi realmente uma revelação perturbadora e inquietante.

Por ocasião do Concílio Anual da Associação Geral de 1992, o nível de conscientização acerca das condições dos jovens e seu ministério na igreja era muito maior do que o fora durante anos, e tanto a administração como os membros reconheciam a urgência de uma ação reparadora. A questão do ministério jovem se revestira de grande importância.

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